terça-feira, 25 de dezembro de 2012

Economia da feira

Tem dia que quando chegamos para fazer compras por volta das 8 horas em feira livre ou simplesmente, na feira, o preço do tomate é R$1,80 por quilo. Mais tarde, por volta das 10h, o preço está em R$1,20 por quilo. No final da feira, se voltarmos lá para saber, o preço estará abaixo de 1 real.

Este é o fenômeno natural de regulação dos preços! Esta é a Lei da Oferta e Procura.

Mais cedo, percebe-se muitas pessoas na feira. São muitos consumidores que acordam cedo para ir fazer compras de hortaliças, frutas e verduras, preferencialmente, que vem direto do produtor. As pessoas chegam cedo por que preferem os produtos fresquinhos, a exemplo de alface.

A procura é grande!

Os feirantes, bem cientes disso, aproveitam a concorrência entre os consumidores para ter uma breve renda maior, precificando de forma elevada o quilo do tomate. Mais tarde, já começa a diminuir a procura por tomate. Muitos compradores foram embora. Poucos pessoas estão chegando para comprar. Então, os feirantes começam a usar um mecanismo simples para manter as vendas: redução de preços.

Certamente, os feirantes não querem voltar para a sua casa carregando os produtos que levaram para vender, aliás, vender é o objetivo principal. É a missão de estar na feira expondo os seus produtos. Levar 100 quilos de tomates. Vender 100 quilos de tomates.

Mas as pessoas não importam com o objetivo dos feirantes, e podem estar dispostas a voltar para o lar sem comprar nada, principalmente, quando chegam para "fazer feira" por volta das 11:30h. O tomate já não está tão vermelho como estava cedo. O tomate ficou pouco atraente.

A procura é pouca!

Mas os feirantes já conhecem esta reação dos consumidores. Conhecem o tipo de consumidor que chega ao meio dia. Novamente, se apropriam do mecanismo básico para manter as vendas: baixar o preço a um valor extremo!

Em seguida, os consumidores ficam motivados a comprar, mesmo que produtos fresquinhos não existem mais. O preço dita a decisão e compensa o desgaste do tomate, que nem fresquinho está mais. Quando o preço está menor, as pessoas se interessam em comprar. Nesse caso, os dois lados envolvidos, feirantes e compradores, buscam um equilíbrio entre a necessidade de comprar e a necessidade de vender.
A corrida ao preço ideal
O que ocorreu aqui é que os feirantes precisavam manter uma certa quantidade vendida, e foram reduzindo os preços na medida que percebiam que a quantidade vendida se estagnava, ou mesmo, não venderiam mais nada naquele momento do dia. Os feirantes teriam que levar os tomates de volta, ou mesmo, lamentavelmente, jogar no lixo (tema ecológico e social em outro momento).

A feira acabou!

Entretanto, o exemplo de feira livre é questionável quando utilizado para tratar da Lei da Oferta e Procura. O primeiro motivo é que a quantidade é limitada por momento, não existindo um produção rotineira. O outro motivo é que os feirantes tem hora para encerrar as atividades; por isso, a redução de preço ao fim da feira é mais para atender o desejo do vendedor de ir embora.

O fato de ser um exemplo questionável é intrigante para desenvolver novas reflexões sobre o tempo que dura uma Lei.

quinta-feira, 15 de novembro de 2012

Democracia em risco

O Brasil é uma república desde o tempo em que D.Pedro II foi expulso. As pessoas desta nação estudam o fim da monarquia brasileira no ensino fundamental, aprofundando por vários ângulos históricos. Mas alguma coisa não fixa. Há uma falha pedagógica na transmissão do entendimento republicano.

O fim da monarquia brasileira significou que cada pessoa brasileira seria dona do Brasil. Não tem mais imperador e nem rei europeu explorando o povo e os recursos. O Brasil agora é do povo.

A escola ensina a libertação do Brasil de Portugal e de si mesmo, como império. Porém, quando adultos, as pessoas brasileiras agem como se não vivessem numa república, demonstrando essa fragilidade no momento de decisão mais marcante de um república democrática: o voto.

Para entender essa fragilidade ao votar, deixando de lado as câmaras municipais e estaduais, ao observar o Congresso Nacional constatamos os seguintes problemas:

* Há criminosos naquele grupo, conforme julgamento do Supremo Tribunal.
* O salário dos parlamentares é altíssimo.
* As votações de interesse nacional são demoradas.
* Os parlamentares tem mais férias do que o trabalhador comum.
* Os parlamentares fazem votações secretas.
* Os próprios parlamentares decidem o valor do salário.
* E centenas de outros defeitos, mas ressaltando que há parlamentares com boa reputação.

E quem são os parlamentares? São algumas pessoas brasileiras comuns que foram escolhidas por todas as pessoas brasileiras para parlar (falar) por todos. O fracasso da democracia é a nossa incapacidade de escolher os parlamentares, e de retirá-los do poder quando cometem crimes ou se tornam preguiçosos.

Nós escolhemos príncipes para sugar o dinheiro que pagamos como tributos e impostos. Adoramos a monarquia. É o que parece. O mal voto coloca a república em risco.
Frágil república democrática

A boa notícia é que a solução está próxima. O número de faculdades e Universidades em cidades do interior é crescente, ocasionando uma ascensão educativa; pessoas saindo da ignorância para um estado cultural republicano.

Ser econômico é improdutivo

Enquanto muitas pessoas vivem a gastar todo o dinheiro que recebem e que receberão em 10 anos, outras pessoas se consideram econômicas. Não gastam além do suficiente. Guardam parte do seu dinheiro. Fazem poupança. Pessoas economistas? Não!

Ao contrário da ideia econômica, poupar dinheiro ao extremo significa estagnação por que estará ferindo uma importante parte conceitual da Economia: o consumo.


Sem consumo a engrenagem da Economia não vai funcionar, simplesmente por que as indústrias não irão produzir. Quando não tem produção o Estado não tem tributos. A Receita Federal não terá fonte de captação. O Estado não terá dinheiro para investir. Em último caso, quebradeira geral.

Mas em tudo tem a mão invisível proposta por Adam Smith. As pessoas que consomem desenfreadamente dão equilíbrio à balança. Por outro lado, o consumo em excesso poderia causar aumento da inflação por causa do aumento da procura por determinados produtos. Daí, entra em ação as pessoas "econômicas". A mão invisível promove o equilíbrio. Nem tanta poupança. Nem tanto consumo.

Poupar é uma atitude financeira elogiável. As pessoas devem ter reservas para emergências e para gastar durante a velhice. Porém, não podem se privar dos benefícios e das delícias do capitalismo. Gastar não é mais pecado. O prazer de consumir faz bem para a mente; por uns momentos, mas faz bem.

Todo mundo aprendeu que qualquer coisa em excesso faz mal. O consumo em excesso faz mal para o bolso e para o futuro, numa emergência de saúde ou quando a velhice chegar.

Seja feliz consumindo os seus desejos e reservando uma boa parte da sua renda mensal.

sábado, 3 de novembro de 2012

Parlamento é a melhor política

O julgamento e condenação inicial dos políticos que compraram votos de outros colegas parlamentares em nome da governabilidade é a prova definitiva que o sistema presidencialista está falido. A compra de apoio parlamentar, mesmo por causas ideológicas, é crime. Em breve, se depender de alguns parlamentares, tal crime será tratado como hediondo.

Talvez, nem precisa de tanto. O problema do Brasil neste quesito é o sistema presidencialista. No momento, o Brasil tem apenas 2 poderes; o Executivo e o Judiciário. A mensalidade petista era necessária para mostrar ao povo brasileiro que o Legislativo deve-se fundir com o Executivo.

Pronto. Temos o parlamentarismo. De fato, o que tem ocorrido entre o Congresso e o Planalto é um junção por meio da mensalidade (extinta?) ou mensalão (como prefere a imprensa) e por meio de emendas.
Fusão de poder
O dinheiro é a razão. O Legislativo é como quase todo brasileiro. Adora dinheiro. Adora querer ficar rico. Como ficar rico em 4 anos? Basta casar com a rainha* do Palácio do Planalto.

O sistema de governo presidencialista fracassou por que o Brasil não tem espírito republicano e não está numa condição cultural que favoreça obter tal espírito. É hora de pensar num plebiscito, ou mesmo, o Legislativo assumir a sua incapacidade e mudar a constituição, voltando para o parlamentarismo.

No sistema parlamentarista o Poder Legislativo é o governo executivo através do primeiro-ministro, normalmente, exercido pelo chefe do partido político vencedor. Isto é interessante, pois os partidos políticos parecem mais valorizados e poderiam se profissionalizar.

O que desanima as pessoas da política brasileira é que, no sistema parlamentarista, o congresso pode ser dissolvido em qualquer momento de crise intensa ou escândalo. Ora, demitir um governo por incompetência ou por corrupção é o sonho desse Brasil.

Mas não é interessante para o Congresso Nacional.

*não é a presidenta em 2012